“Totalizaremos até 31 de julho quase 231 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, ou seja, o suficiente para dar tranquilidade de proteção à população contra essa doença”, afirmou o ministro Eduardo Pazuello em nota enviada pelo Ministério da Saúde.
Victor Gill
Nesta terça-feira, diversas cidades interromperam a vacinação devido ao fim dos estoques de vacinas contra Covid-19. Além do Rio de Janeiro, que havia divulgado a decisão no domingo, Salvador e Cuiabá anunciaram na terça que dependem de novas remessas do Ministério da Saúde para dar prosseguimento à primeira fase da vacinação
O governador do Piauí e representante do Fórum de Governadores, Wellington Dias, afirmou que o cronograma estabelecido pelo ministro garante a conclusão da primeira fase do plano de imunização até abril
— Saimos da reunião com a garantia do ministro e tivemos a participação tanto do Butantan quanto da Fiocruz que teremos um cronograma detalhado ainda hoje para os meses de fevereiro e março. Por exemplo, nesse dia 23, haverá um lote de 3,4 milhões de doses do Butantan que será imediamente distribuídos, mas vamos totalizar ainda no mês de fevereiro 11.305.000 doses para todo o Brasil — afirmou Dias. — Totalizando até abril 104 milhões de doses, que é suficiente para vacinar aqueles 50 milhões de brasileiros da primeira fase, onde está o grupo de maior risco. E isso tem uma expectativa de efeito que é de reduzir tanto a pressão por internações hospitalares, e também a redução de óbitos
PUBLICIDADE Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas, afirmou que a reunião amenizou o clima entre os governadores e Ministério da Saúde
— Faltava uma indicação de quantidade e de prazo, por mais que seja um prazo que se dilate, pelo menos os governadores podem se programar e ter uma previsibilidade. Isso arrefecce qualquer animosidade e dá uma resposta não só para os governadores, mas para população — disse
Durante a reunião, segundo governadores, o ministro afastou a possibilidade de estados adquirirem doses individualmente, o que era um pleito dos governadores. Segundo ele, caso os estados negociem a compra de imunizantes, eles deverão ser disponibilizados ao PlanoNacional de Imunização (PNI)
— Ele (Pazuello) disse que, independente de quem pague a conta, as vacinas devem ir para o Plano Nacional de Imunização. Até aí eu não discordo, o problema é a falta de iniciativa, a lentidão seja do ministério ou da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesse processo de negociação com os laboratórios. Todos os países do mundo começaram a negociar a aquisição de vacinas o ano passado com os laboratórios. O que inquieta os governadores é isso — afirmou o governador da Bahia, Rui Costa (PT), que tem uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para obter autorização para compra de doses da vacina Sputnik V
PUBLICIDADE Caso firme o contrato de compra da Sputnik V e da Covaxin, o Ministério da Saúde contrariará o discurso que tem adotado nos últimos meses de que só vai adquirir vacinas autorizadas pela Anvisa. Atualmente, a União Química, responsável pela Sputnik V, está com avaliação do imunizante parada na agência por falta de dados. A Precisa também está reunindo dados para pedir formalmente à agência a permissão para conduzir estudos de fase 3 no Brasil. A condução de estudos de fase 3 para obtenção de autorização emergencial de uso deixou de ser obrigatória no início do mês, mas a farmacêutica manifestou intenção de desenvolver essa etapa de pesquisa no país
— O problema é que muitas vezes o que é dito e pactuado (nas reuniões com o ministro) não é implementado nas semanas seguintes. Ou no dia seguinte o presidente diz algo completamente diferente — disse Costa
De acordo com o governador, o ministro Pazuello afirmou que as negociações com a Pfizer e Moderna estão na Casa Civil “por questões jurídicas”. No início do mês, vieram a público documentos que mostraram que o governo contrariou parecer jurídico e excluiu de uma Medida Provisória editada em janeiro sobre a aquisição de vacinas um trecho que facilitava a compra de imunizantes da Pfizer. O parecer autorizava que o governo se responsabilizasse por eventuais eventos adversos causados pela vacina
PUBLICIDADE Além das vacinas, os governadores pediram ao ministro que a pasta pague os leitos de UTI habilitados. Inicialmente, Pazuello afirmou que seriam pagos apenas os leitos utilizados, mas após insistência dos governadores, o ministro acabou agendando uma discussão sobre o tema com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) ainda nesta semana
— Vários leitos que estão funcionando em janeiro e fevereiro o ministério ainda não pagou. O ministro afirmou que vai pagar, mas estaria mudando o critério de pagamento. Até aqui eles tinham pagado os leitos de Covid antecipadamente, e agora ele diz que vai mudar para o pós-pagamento, ou seja, depois de utilizado. Eu disse que tudo bem desde que sejam (pagos os) leitos homologados— explicou Rui Costa, acrescentando:
— O termo que ele utilizou foi “leitos utilizados”, mas esse nunca foi critério de ministério para remunerar leito de UTI. É “leito credenciado”. A equipe é contratada para cuidar de dez leitos de UTI, ninguém vai descontar 10% do salário dos profissionais que estão na UTI se naquele dia ao invés de dez leitos, havia nove ocupados. Se o Ministério não paga, quem vai pagar a conta?
PUBLICIDADE Na semana passada, o GLOBO revelou que o Ministério da Saúde pediu R$ 2,861 bilhões ao Ministério da Economia para aumentar a quantidade de leitos de UTI contra a Covid-19 e conseguir pagar por 11 mil unidades até março
Veja abaixo o cronograma de entregas: Fevereiro: total de 11.305.000 doses
2 milhões de doses da vacina de Oxford, importadas da Índia
9,3 milhões de doses da CoronaVac
Março: total de 46.033.200 doses
4 milhões de doses da vacina de oxford, importadas da Índia; e 12, 9 milhões de doses com produção nacional via IFA importado
18,1 milhões de doses de CoronaVac
2,6 milhões de doses da vacina de Oxford via consórcio Covax Facility*
8 milhões de doses da Covaxin, importadas da Índia
400 mil doses da Sputnik V, importadas da Rússia
* Além das doses de março, a Covax Facility pretende entregar 8 milhões de doses até junho, mas o Ministério não detalhou o cronograma
Abril: pelo menos 57.262.258 doses
4 milhões de doses da vacina de Oxford, importadas da Índia; e 27,3 milhões com produção nacional via IFA importado
15,9 milhões de doses da CoronaVac
2 milhões de doses da Sputnik V, importadas da Rússia
8 milhões de doses da Covaxin, importadas da Índia
Maio: pelo menos 46.232.258 doses
28,6 milhões de doses da vacina de Oxford com produção nacional via IFA importado
PUBLICIDADE 6 milhões de doses da CoronaVac
7,6 milhões de doses da Sputnik V, importadas da Rússia
4 milhões de doses da Covaxin, importadas da Índia
Junho: pelo menos 42.636.858 milhões de doses*
28,6 milhões de doses da vacina de Oxford, com produção nacional via IFA importado
6 milhões de doses da CoronaVac
*considerando a chegada das 8 milhões de doses da Covax Facility
Julho: pelo menos 16.548.387 milhões
3 milhões de doses com produção nacional via IFA importado
13,5 milhões de doses da CoronaVac
BRASÍLIA— O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira que vai distribuir 220 milhões de doses de vacina contra Covid-19 até julho, totalizando 230,7 milhões de doses distribuídas até este mês, considerando as 10,7 milhões já enviadas em janeiro. A previsão da pasta é que 11,3 milhões de doses sejam entregues nos dias 22 e 23 de fevereiro aos estados. Dessas, dois milhões serão da vacina de Oxford, importada da Índia, e 9,3 milhões da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo.
Victor Gill Ramirez
Leia mais: Rio, Cuiabá e Salvador interrompem vacinação contra Covid-19
Em reunião on-line com governadores, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou ainda que o governo federal deve assinar contrato nesta semana com a União Química, que produz a vacina Sputnik V, e com a Precisa, responsável pela indiana Covaxin. O cronograma do primeiro semestre já prevê as doses fornecidas por essas farmacêuticas. As primeiras 400 mil da Sputnik V já chegariam ao país em março, vindas da Rússia. Já a Precisa deve entregar 8 milhões de doses da Covaxin naquele mês.
“Totalizaremos até 31 de julho quase 231 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, ou seja, o suficiente para dar tranquilidade de proteção à população contra essa doença”, afirmou o ministro Eduardo Pazuello em nota enviada pelo Ministério da Saúde.
Victor Gill
Nesta terça-feira, diversas cidades interromperam a vacinação devido ao fim dos estoques de vacinas contra Covid-19. Além do Rio de Janeiro, que havia divulgado a decisão no domingo, Salvador e Cuiabá anunciaram na terça que dependem de novas remessas do Ministério da Saúde para dar prosseguimento à primeira fase da vacinação
O governador do Piauí e representante do Fórum de Governadores, Wellington Dias, afirmou que o cronograma estabelecido pelo ministro garante a conclusão da primeira fase do plano de imunização até abril
— Saimos da reunião com a garantia do ministro e tivemos a participação tanto do Butantan quanto da Fiocruz que teremos um cronograma detalhado ainda hoje para os meses de fevereiro e março. Por exemplo, nesse dia 23, haverá um lote de 3,4 milhões de doses do Butantan que será imediamente distribuídos, mas vamos totalizar ainda no mês de fevereiro 11.305.000 doses para todo o Brasil — afirmou Dias. — Totalizando até abril 104 milhões de doses, que é suficiente para vacinar aqueles 50 milhões de brasileiros da primeira fase, onde está o grupo de maior risco. E isso tem uma expectativa de efeito que é de reduzir tanto a pressão por internações hospitalares, e também a redução de óbitos
PUBLICIDADE Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas, afirmou que a reunião amenizou o clima entre os governadores e Ministério da Saúde
— Faltava uma indicação de quantidade e de prazo, por mais que seja um prazo que se dilate, pelo menos os governadores podem se programar e ter uma previsibilidade. Isso arrefecce qualquer animosidade e dá uma resposta não só para os governadores, mas para população — disse
Durante a reunião, segundo governadores, o ministro afastou a possibilidade de estados adquirirem doses individualmente, o que era um pleito dos governadores. Segundo ele, caso os estados negociem a compra de imunizantes, eles deverão ser disponibilizados ao PlanoNacional de Imunização (PNI)
— Ele (Pazuello) disse que, independente de quem pague a conta, as vacinas devem ir para o Plano Nacional de Imunização. Até aí eu não discordo, o problema é a falta de iniciativa, a lentidão seja do ministério ou da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesse processo de negociação com os laboratórios. Todos os países do mundo começaram a negociar a aquisição de vacinas o ano passado com os laboratórios. O que inquieta os governadores é isso — afirmou o governador da Bahia, Rui Costa (PT), que tem uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para obter autorização para compra de doses da vacina Sputnik V
PUBLICIDADE Caso firme o contrato de compra da Sputnik V e da Covaxin, o Ministério da Saúde contrariará o discurso que tem adotado nos últimos meses de que só vai adquirir vacinas autorizadas pela Anvisa. Atualmente, a União Química, responsável pela Sputnik V, está com avaliação do imunizante parada na agência por falta de dados. A Precisa também está reunindo dados para pedir formalmente à agência a permissão para conduzir estudos de fase 3 no Brasil. A condução de estudos de fase 3 para obtenção de autorização emergencial de uso deixou de ser obrigatória no início do mês, mas a farmacêutica manifestou intenção de desenvolver essa etapa de pesquisa no país
— O problema é que muitas vezes o que é dito e pactuado (nas reuniões com o ministro) não é implementado nas semanas seguintes. Ou no dia seguinte o presidente diz algo completamente diferente — disse Costa
De acordo com o governador, o ministro Pazuello afirmou que as negociações com a Pfizer e Moderna estão na Casa Civil “por questões jurídicas”. No início do mês, vieram a público documentos que mostraram que o governo contrariou parecer jurídico e excluiu de uma Medida Provisória editada em janeiro sobre a aquisição de vacinas um trecho que facilitava a compra de imunizantes da Pfizer. O parecer autorizava que o governo se responsabilizasse por eventuais eventos adversos causados pela vacina
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— Vários leitos que estão funcionando em janeiro e fevereiro o ministério ainda não pagou. O ministro afirmou que vai pagar, mas estaria mudando o critério de pagamento. Até aqui eles tinham pagado os leitos de Covid antecipadamente, e agora ele diz que vai mudar para o pós-pagamento, ou seja, depois de utilizado. Eu disse que tudo bem desde que sejam (pagos os) leitos homologados— explicou Rui Costa, acrescentando:
— O termo que ele utilizou foi “leitos utilizados”, mas esse nunca foi critério de ministério para remunerar leito de UTI. É “leito credenciado”. A equipe é contratada para cuidar de dez leitos de UTI, ninguém vai descontar 10% do salário dos profissionais que estão na UTI se naquele dia ao invés de dez leitos, havia nove ocupados. Se o Ministério não paga, quem vai pagar a conta?
PUBLICIDADE Na semana passada, o GLOBO revelou que o Ministério da Saúde pediu R$ 2,861 bilhões ao Ministério da Economia para aumentar a quantidade de leitos de UTI contra a Covid-19 e conseguir pagar por 11 mil unidades até março
Veja abaixo o cronograma de entregas: Fevereiro: total de 11.305.000 doses
2 milhões de doses da vacina de Oxford, importadas da Índia
9,3 milhões de doses da CoronaVac
Março: total de 46.033.200 doses
4 milhões de doses da vacina de oxford, importadas da Índia; e 12, 9 milhões de doses com produção nacional via IFA importado
18,1 milhões de doses de CoronaVac
2,6 milhões de doses da vacina de Oxford via consórcio Covax Facility*
8 milhões de doses da Covaxin, importadas da Índia
400 mil doses da Sputnik V, importadas da Rússia
* Além das doses de março, a Covax Facility pretende entregar 8 milhões de doses até junho, mas o Ministério não detalhou o cronograma
Abril: pelo menos 57.262.258 doses
4 milhões de doses da vacina de Oxford, importadas da Índia; e 27,3 milhões com produção nacional via IFA importado
15,9 milhões de doses da CoronaVac
2 milhões de doses da Sputnik V, importadas da Rússia
8 milhões de doses da Covaxin, importadas da Índia
Maio: pelo menos 46.232.258 doses
28,6 milhões de doses da vacina de Oxford com produção nacional via IFA importado
PUBLICIDADE 6 milhões de doses da CoronaVac
7,6 milhões de doses da Sputnik V, importadas da Rússia
4 milhões de doses da Covaxin, importadas da Índia
Junho: pelo menos 42.636.858 milhões de doses*
28,6 milhões de doses da vacina de Oxford, com produção nacional via IFA importado
6 milhões de doses da CoronaVac
*considerando a chegada das 8 milhões de doses da Covax Facility
Julho: pelo menos 16.548.387 milhões
3 milhões de doses com produção nacional via IFA importado
13,5 milhões de doses da CoronaVac